PARQUE ANHEMBI
AUTOR(ES): MIGUEL JULIANO E SILVA; JORGE WILHEIM
DATA DE PROJETO: 1967
LOCALIZAÇÃO: AV. OLAVO FONTOURA, BAIRRO SANTANA, SÃO PAULO, SP.
FONTES DE PESQUISA: PROJETO & CONSTRUÇÃO Nº1, P.20, DEZ.1970. XAVIER, 1983, P.91.
REFERÊNCIA DO TEXTO: ZEIN, 2005: P.167

Situado em uma área de 44 ha junto ao rio Tietê a escala de cada edifício dificultam a coordenação do conjunto, definido por dois elementos separados, o Pavilhão de Exposições com 76.000 m2, o conjunto Pavilhão de Convenções e Hotel com 66.000 m2. A arquitetura do setor convenções e hotel parece afinar-se à tendência brutalista mas também assume certa filiação com as propostas de Niemeyer em Brasília. O programa de convenções é abrigado numa “placa” habitável, retangular, semi-enterrada, onde térreo e a cobertura são acessíveis por rampas; a estrutura se define por ritmo regular de colunas interrompido por um vazio circular centralizado, delimitado por colunas de maior porte e interligadas por uma viga circular protendida que serve de apoio à cobertura, elevada sobre o vazio do auditório, cuja forma circular e “plissada” permite vencer um amplo vão de 65 m de diâmetro com panos de concreto de espessura bastante reduzida (até 10 cm); as dobras se reúnem num anel superior de concreto trabalhando a compressão. As arquibancadas e a sala de controle apoiadas em estrutura independente ajudam a organizar o espaço interno do auditório para 3.500 lugares.

O edifício do hotel permaneceu “em esqueleto” só foi completado em 2003. Trata-se de uma barra de pouca espessura (~12 m) com apartamentos nos lados norte/sul e corredor central, com dois eixos de apoio modulados a cada 1,2 m junto às fachadas extensas de ~160 m de comprimento e ~40 m de altura, marcada pelo ritmo vertical desses pilaretes que sustentam os 13 pavimentos-tipo; uma viga mais alta situada sob a laje do primeiro pavimento elevado, transita as cargas para 11 colunas em T situadas em cada fachada e espaçadas de 13,2 m, com balanço de aproximadamente 6,6 m na duas extremidades; solução que relembra algumas tanto propostas de Marcel Breuer para edifícios administrativos/de escritórios, como Hotel Nacional de Brasília, de Oscar Niemeyer.

O Pavilhão de Exposições, uma ampla cobertura em treliça espacial metálica, bastante ousada e tecnologicamente avançada para a época, parece escapar da classificação “brutalista”; exceto talvez por esse desejo de superação estrutural que fará com que muitos arquitetos aceitem o brutalismo nos anos 1960 e passem para o high-tech nas décadas seguintes. Seu precedente notável parece ser o projeto não construído de Mies van der Rohe para o Convention Hall, Chicago, 1953-4 - proposta singular que pode ter referenciado também, embora de maneiras diferentes, outras obras brutalistas paulistas, inclusive e indiretamente, o edifício da FAU-USP.

 

FOTOS:


Fonte: http://www.vitruvius.com.br/drops/drops18_04.asp

LOCALIZAÇÃO:

 

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-Noncommercial 3.0 Unported License.
Clique no link acima para saber mais sobre as políticas de direitos autorais utilizadas neste site.
Site desenvolvido por Batagliesi Arquitetos+Designers.